Startups têm como foco oferecer ao mercado produtos ou serviços que sejam altamente escaláveis. E, via de regra, buscam crescer de forma exponencial.
Por esses fatores, invariavelmente startups precisam captar investimentos de terceiros para fazer frente à necessidade de capital.
Conforme cada fase de maturação da startup, há certos tipos de investidores dispostos a aportar dinheiro no negócio, como mostramos na imagem abaixo:
Os primeiros investidores são as próprias pessoas fundadoras da startup, além de familiares e amigos próximos (FFF – family, friends and fools).
Ainda em uma fase inicial, é normal startups buscarem a ajuda de incubadoras. Essas costumam ser custeadas por instituições de pesquisa e ensino e não ter fins lucrativos. Assim, a intenção delas é ajudar a fomentar o setor. A ajuda envolve infraestrutura e espaço físico, porém não envolve investimento financeiro. Muitas são gratuitas ou com baixo custo para as startups. Exemplos de incubadoras são a Cietec (vinculada à USP), Instituto Gênesis (PUC-Rio) e Inova (UFMG).
Também em uma fase inicial estão as aceleradoras. Essas, diferentemente das incubadoras, são entidades privadas e investem buscando retorno financeiro. O investimento feito envolve espaço físico, mentoria, networking e suporte na gestão do negócio, além de aportes financeiros em valores menores. Em contrapartida, as startups oferecem participação societária, geralmente na forma de mútuo conversível. Exemplos de aceleradoras são: Ace, Artemisia, Wayra e Darwin.
Os investidores-anjo, por sua vez, são pessoas físicas, normalmente empresárias ou executivas bem-sucedidas, que buscam de forma ativa e recorrente novas startups para investir. Investidores-anjo investem não somente dinheiro, mas também o chamado “smart money”, usando a sua rede de contatos e experiência profissional para ajudar no crescimento da startup. Em contrapartida, as startups oferecem a eles participação societária, geralmente via contrato de mútuo conversível ou opção de compra. Exemplos de investidores-anjo são Cassio Spina, Camila Farani e Fábio Póvoa.
Outra possibilidade de investimento para startups nessa fase são as plataformas de crowdfunding de investimento. Essas são plataformas online de investimento coletivo, reguladas pela CVM, que possibilitam que qualquer pessoa participe de uma rodada de investimento em startups. Embora haja alternativas, esse tipo de investimento também costuma ser feito via mútuo conversível. Exemplos de plataformas de crowdfunding de investimento são: Kria, Avstralis, Eqseed e StartMeUp.
Conforme o desenvolvimento das startups, vão surgindo outros tipos de investidores interessados em aportar capital. Entre eles, estão os fundos de seed capital (como Bossanova e Distrito), os fundos de venture capital (como Redpoint eventures e Domo) e os fundos de private equity (como Monashees e SoftBank). Cada um desses investidores tem como estratégia focar em uma fase específica de maturação da startup. Esse tipo de investimento costuma ser feito mediante a aquisição de participação societária da startup.
Há, ainda, os veículos de corporate venture capital, que são investimentos em venture capital feitos por veículos criados por empresas, como Embraer, Bradesco e Algar.
Além disso, mais recentemente passarão a atuar no Brasil também empresas especializadas em venture debt. Essas oferecem empréstimos a startups, geralmente de longo prazo, com garantia sobre recebíveis e componente variável de remuneração. Embora atuem em uma fase de maturação em que a startup já busca investimentos mais robustos, os valores envolvidos são menores, e geralmente são captados em rodadas conhecidas como bridge round, como uma forma de dar fôlego para a startup chegar no próximo round de investimento. Exemplos de empresas que atuam com foco em venture debt são a Brasil Venture Debt, a boostLAB (vinculada ao BTG) e a Galapagos Capital.
Esses são os tipos de investidores voltados para startups. Embora cada espécie de investidor foque em um momento específico de maturação da startup e os volumes investidos costumem ser mais parecidos em cada tipo de investidor, existe uma flexibilidade natural no mercado, como tentamos demonstrar no gráfico acima.
Agora que você já conhece os tipos de investidores, os seus focos e momentos em que atuam, está mais preparado para saber qual deles faz sentido para a fase atual da sua startup.